quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Uma reflexão para o Ano Novo de 2013

http://everypersoninnewyork.blogspot.com.br/2012_04_01_archive.html - Acesso em 27 de dezembro de 2012


A vida é movimento, então escolhi esta imagem para ilustrar uma historinha que eu gosto muito e gostaria de compartilhar.

Feliz Ano Novo!!

Autobiografia em cinco capítulos curtos

1
Caminho pela rua.
Há um buraco fundo na calçada.
Eu caio dentro dele.
Estou perdido... Estou indefeso
Não é minha culpa.
É preciso a eternidade para conseguir sair.

2
Caminho pela mesma rua.
Há um buraco fundo na calçada.
Finjo que não o vejo.
Caio dentro dele de novo.
Não consigo acreditar que estou neste mesmo lugar.
Ainda é preciso um longo tempo para conseguir sair.

3
Caminho pela mesma rua.
Há um buraco fundo na calçada.
Eu vejo que ele está lá.
Ainda caio dentro dele... é um hábito... mas,
meus olhos estão abertos.
Eu sei onde estou.
É minha culpa.
Saio imediatamente.

4
Caminho pela mesma rua.
Há um buraco fundo na calçada.
Dou a volta ao redor dele.

5
Caminho por outra rua.

Autor anônino APUD HOLLIS, James; DUARTE, Claudia Gerpe (Tradução) A passagem do meio: da miséria ao significado da meia-idade. São Paulo, Paulus, 1995. p.134 (Amor e psique)


Ou isto ou aquilo, de Cecília Meireles

                                                   Imagem extraída do website da editora Global

Ontem depois do expediente, estava eu passeando no centro comercial de Guarulhos (já tinha gastado uma soma considerável comprando canetas novas na Guarupel) quando resolvi entrar na Guarulivros, para ver as novidades. Livros novos, tanto na acepção de livros recém-lançados, quanto na acepção de que são livros de primeira mão. Quem gosta de livros de papel, como eu, sabe que livros novos tem um cheiro maravilhoso!!

Pois bem, estava vasculhando a seção infantil quando deparei-me com um exemplar de Ou isto ou aquilo, da Cecília Meireles. E ilustrado pelo Odilon Moraes!! Capa dura, formato álbum, papel bom. Nem ousei perguntar o preço, mas com certeza o valor desta nova edição excede em muito seu preço em reais. Folheei o livro, reli com prazer poesias que fizeram parte da minha infância na escola (várias de suas poesias fizeram parte de livros didáticos de Língua Portuguesa que usei no antigo 1o. grau.): as velhinhas Mariana e Marina, as três meninas na janela, Ou isto ou aquilo. 

Valeu, Editora Global, por trazer de volta para nós a possibilidade de ler as obras da Cecília (e de outros escritores) em primeira mão, numa edição tão caprichada!!

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Feliz Natal!!




"Para nós nasceu um Salvador que é Cristo, o Senhor!"

Hesitei em fazer esta postagem porque decidi, depois de pensar uns dias, não me juntar ao que considero uma histeria coletiva que não tem nada a ver com o significado real do Natal.

Aliás, é muito útil a reflexão de Quinn MacDonald em seu blog QuinnCreative (http://quinncreative.wordpress.com/ - acesso em 25 de dezembro de 2012) em que ela diz que, ao mesmo tempo que Natal é luz, é também competitividade e medo, que este tempo é de mensagens conflituosas. Ao mesmo tempo em que se enfeita as casas para o Natal, pessoas ameaçam estranhos que queiram entrar em suas casas com tiros. 

De qualquer forma, um ótimo período de Festas, afinal, não há nada de mal em festejar com a família.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Graffitis variados na Quadra do Santa Lídia

Santa Lídia é um dos bairros da região do Taboão. Foi lá que descobri este maravilhoso conjunto de grafittis. Há muito, muito tempo que eu tinha o desejo de tirar umas fotos e fazer o registro no blog e hoje tive a oportunidade.

 
A bela japonesa e o índio.


A vaquinha maluquinha já é velha conhecida.


"Você é do tamanho do seu sonho!"




Oficina de encadernação artesanal no Espaço 308

 Como já se tornou tradição (desde o ano passado), termino as atividades da Roda de Leitura com uma oficina de encadernação artesanal.
Quero registrar aqui minha gratidão a professora Edna Katia Gaiardoni, que me ensinou, há dois anos, a trabalhar com agulhas com cabeça de Durepox como furadores. Valeu, Kátia! Estou passando para frente!!

 Esta oficina aconteceu no Espaço 308, gentilmente cedido por João Canobre e grande parte dos materiais foram cedidos por Alexandre Vilas Boas. Mais uma vez, muito obrigada pela parceria e pela oportunidade!!
Foram 6 participantes, pessoas muito interessadas. Expliquei-lhes que minha intenção é ensinar encadernação de forma popular, de modo que a atividade possa ser reproduzida em salas de aula, bibliotecas, etc. Os modelos ensinados foram: livro instantâneo (ou estrela), chap book (ou brochura simples) e costura copta.


 Todos pelejaram com a costura copta!! 



 Enfim todos os livros em branco costurados em copta ficaram prontos!! Que alegria!!


Na frente o chap book ou brochura simples, atrás a esquerda o livro copta e atrás a direita o livro instantâneo.

Ressalto que as fotos foram tiradas pela super Miriam Palma e por isso ela não saiu em nenhum foto.

Foi uma tarde agradabilíssima e um ótimo fechamento de um ano que para mim foi muito produtivo.

Se o bom Deus permitir, no ano que vem tem muito mais!!

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

5o. Seminário Internacional de Bibliotecas Públicas e Comunitárias - Estive lá!!


Demorei para postar, mas finalmente deixo registrada a minha participação no 5o. Seminário Internacional de Bibliotecas Públicas e Comunitárias, como painelista, juntamente com as profissionais do NASF (Núcleo de Apoio a Saúde da Família) Acácio: Fernanda e Bárbara.

 Nossa apresentação foi no primeiro dia (21 de novembro) e a duração prevista era de 15 minutos (na verdade durou um pouco mais...) e começou comigo explicando um pouco do meu trabalho como bibliotecária numa biblioteca de área periférica em Guarulhos até conhecer a Bárbara (a direita) e começarmos um trabalho conjunto de oficinas terapêuticas, junto com a Fernanda (centro). Foi uma apresentação muito bacana, eu me diverti bastante narrando as minhas aventuras e acho que o público também gostou da minha atuação como comediante stand up. Bárbara falou com mais detalhes a respeito do NASF, da natureza do trabalho com saúde mental e das oficinas terapêuticas.




 Preciso registrar também que fiz questão de tirar uma foto ao lado da Profa. Tania Rosing, da Universidade Federal de Passo Fundo, RS. Quando crescer quero ser como ela.

 Fernanda, profa. Tania, Bárbara e eu, a blogueira que vos escreve.



"A cultura assusta muito. É uma coisa apavorante para os ditadores. Um povo que lê nunca será um povo de escravos."
Antônio Lobo Antunes

O Seminário Internacional de Bibliotecas Públicas e Comunitárias é um evento anual que acontece em novembro, realizado pela Unidade de Bibliotecas e Leitura do Governo Estadual em conjunto com a organização social SP Leituras. É sempre um privilégio participar deste evento, como ouvinte ou como painelista.
Quero aproveitar e registrar o meu agradecimento por todos os que se esforçaram para que este evento acontecesse, sempre tão excelente.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Roda de Leitura Para ser escritor no Espaço Novo Mundo


Na segunda Roda da série a respeito da cadeia produtiva do livro, discutimos o livro Para ser escritor, do autor gaúcho Charles Kiefer, professor de Escrita criativa na PUC-RS. Para saber mais a respeito do autor, acesse http://charleskiefer.blogspot.com.br/

Para ser escritor é uma coletânea de ensaios do autor, com 49 capítulos, com ordem aparentemente aleatória. Bibliotecária que sou, não resisti a tentação de tentar uma categorização destes capítulos. Ficou assim:

1. Teoria e prática da escrita:

  • Ser escritor
  • A nova estética
  • Três notas sobre os blogs
  • Dialética do conto
  • A nuança da palavra
  • A má literatura
  • Literatura é solidão
  • A arte não evolui
  • Adjetivar ou não é uma questão?
  • Títulos
  • A velha lição
  • É conto ou crônica?
  • Paixões literárias
  • O haicai
  • Quatro mundos da criação
  • O peso da obrigação de ser original
  • O conto é um meteorito
2. Cadeia produtiva do livro
  • Acerca de lançamentos
  • Ainda sobre lançamentos
  • Leitura de originais
  • Questões táticas e estratégias do Acordo Ortográfico
  • Sobre concursos literários
3. O curso de Escrita criativa
  • O perigo que ronda as oficinas literárias
  • A sacralização do próprio texto
  • Sopro vital
  • Rigor e compaixão
  • O plágio
  • Eu assino o que escrevo
  • Um ofício estranho
4. Influências
  • Um conselho de Mário Quintana
  • O fogo sagrado
  • O guardião da floresta
  • Um parâmetro ético
5. Leitura e Estética de recepção
  • O paradoxo de Pixis
  • Literatura infantil
  • Três modelos teóricos
6. Métodos
  • Um prazer anárquico
  • Duas obsessões
  • O padrão metafórico
7. Regional e universal
  • Cultura com sotaque
  • O local, o nacional
8. Notas pessoais
  • Quem não é visto
  • O som do H
  • Trilogias
  • Passando a Literatura a limpo
  • O jardim do Éden é aqui
  • Sobre mulheres de escritores
  • Os oblíquos
  • As dores, a dor
Na reunião da Roda, começo sempre com a questão para cada um dos participantes: Quais capítulos ou trechos chamou mais a sua atenção? A maioria citou o conselho de Mário Quintana (que por sinal, foi um dos meus capítulos favoritos), a questão dos lançamentos, a má literatura. 
Perguntei às moças presentes se alguma gostaria de ser esposa de escritor e nenhuma quis.

O debate seguiu com as seguintes questões, extraídas do próprio livro:
  • Escritor x autor
  • Blogs como ensaios para escritores: falei brevemente de Julie Powell e os desdobramentos de seu blog de culinária e não podia deixar de falar a respeito de Bruna Surfistinha
  • As características da má literatura
  • Acerca dos lançamentos
  • O conselho de Mário Quintana (escrever é bem diferente de publicar)
  • Leitura dos originais (expliquei-lhes que nos Estados Unidos é comum autores que se reunem em grupos para leitura de originais uns dos outros, citei o exemplo de Mary Pipher e seu Revivendo Ofélia)
  • Quatro mundos da criação: Emanação, criação, formação e ação (O bacana nesta parte é que como fui ao 5o. Seminário de Bibliotecas Públicas e Comunitárias na semana anterior e assisti a três entrevistas com autores nacionais, pude ouvir bastante a respeito desse assunto e compartilhar com os membros da Roda)
Dessa vez tentei ser fiel ao horário, de modo que a discussão acabou por aqui. Infelizmente desta vez esqueci de tirar as fotos, mas ficam os comentários.

sábado, 3 de novembro de 2012

Índio saltando em Jardim Presidente Dutra



Este índio foi grafitado no galpão de um antigo supermercado, na Avenida João Paulo I, na altura do 1200 (mais ou menos). É triste ver um negócio que não foi para frente, mas o índio saltando é lindo.

domingo, 28 de outubro de 2012

Roda de Leitura Leve-me com você


Imagem extraída do website da editora Octavo


Começamos um novo ciclo de Rodas de Leitura no Espaço Novo Mundo, para os funcionários da Livraria, a respeito da cadeia produtiva do livro. 

A primeira escolha foi Leve-me com você, do autor Paul Desalmand, editora Octavo. O encontro para discussão deste livro foi em 22 de outubro de 2012, uma segunda-feira.

O enredo é um passeio pela França e alguns outros países, e pelos meandros de uma longa existência de um livro anônimo, depois que ele sai da gráfica, passando por várias livrarias, sebos e bibliotecas até seu último proprietário.




Algumas questões levantadas na Roda:

  • Da mesma forma que o livro protagonista propõe ser anônimo (Ele não quis divulgar seu título, seu autor e sua editora), na vida real, tanto em livrarias quanto em bibliotecas, se o usuário ou cliente não souber dizer quem é o autor do livro, qual é o seu título, ou, numa escala menor, qual é a editora, é impossível saber que livro é. Informações do tipo, "a cor da capa é vermelha" ou "se eu enxergar o livro, sei qual é" não facilitam a busca em lugar nenhum. Aproveitei para falar a respeito de ISBN e Sistema Decimal Dewey.
  • Outro comentário foi no sentido de que o livro interessou porque foi um relato do que acontece depois que o livro é vendido, e raramente se pensa nisso, ou seja, na longa vida útil que um livro pode ter.
  • Eu, particularmente, fiquei incomodada com o fato de que uma das proprietárias (aliás, a proprietárias favorita do livro protagonista) não é identificada pelo nome, apenas pelo codinome "Bonitinha". Os demais leitores não se escandalizaram tanto. 
  • Apesar de praticamente todos gostarem do personagem Pierre Landry e de sua livraria Preferences, foi comentado de que ele é uma idealização do profissional livreiro.
  • As referências a autores e obras (principalmente nos diálogos noturnos entre o livro protagonistas e outros livros em livrarias e bibliotecas foram muito apreciadas.
O encontro foi muito bom.
Que venham outros!!

Novos blank books!!




 Este livro em branco tem miolo de papel sulfite reciclado 75g por m2 e papelão Paraná na capa. O pássaro na decoração é resultado de decupagem com guardanapo. Participação especial da coruja Florinda.






Este livro em branco tem uma capa confeccionada em algodão 100% estampado quiltado junto a uma camada de manta acrílica com forro de algodão cru. 

 O papel do miolo é sulfite 75g por m2: usei camadas de reciclado e sulfite colorido.


A costura utilizada é longstitch.

Ipê rosa em frente a Caixa Econômica Federal na Avenida Monteiro Lobato, Cidade Jardim Cumbica