segunda-feira, 18 de março de 2013

Roda de Leitura Livros demais! no Espaço Novo Mundo

Neste mês de março retomamos a Roda de Leitura a respeito da cadeia produtiva do livro, enfocando Livros demais! do editor Gabriel Zaid, publicado pela editora Summus em 2004.



Esta Roda de Leitura realizou-se no Espaço Novo Mundo em 04 de março de 2013, a partir das 19h



Foi consenso entre os participantes de que o livro, apesar de pequeno, era de leitura complexa. 
Vários tópicos foram destacados na Roda:

  • Destaquei, logo no início da conversa, de que o livro foi publicado aqui no Brasil em 2004 (o texto original é bem mais antigo), de modo que o autor trata de questões do mercado editorial anteriores a 2004, logo questões que hoje são mais atuais como os a Amazon.com, ebooks, a entrada de grupos estrangeiros que compram cada vez mais editoras brasileiras, a própria concentração dos grupos editoriais, etc., foram tratados de forma muito leve
  • Foi surpresa constatar uma colocação do autor: de que o livro, ao contrário de outras mídias (como televisão, revistas e cinema) tem um custo muito barato em comparação com elas, podendo se auto-pagar, sem necessidade de propaganda de anunciantes ou de audiência massiva. Como compradores de livros, estamos tão acostumados a achar que os livros são caros, do ponto de visto de quem os produz não é bem assim
  • Falamos então de que a economia do setor editorial é diferente de outros setores de comunicação: é possível ter autores que vendam pouco, mas vendam sempre, para um bom editor, o importante é a construção de um bom e respeitável catálogo. É claro que, com a entrada dos grandes grupos comunicacionais do mundo editorial, esse critério vem mudando
  • Um dos primeiros capítulos do livro começa com "Por causa dos livros, sabemos que Sócrates não confiava neles..." conversamos a respeito de Sócrates, da maiêutica, do tempo livre e de como esse método de Sócrates hoje em dia é tão difícil de exercitar
  • Derivada desta questão é o custo da leitura: como hoje tempo é um commoditie precioso, o tempo levado para se ler um livro torna-se caro. Que loucura...
  • Outra questão perturbadora, levantada pelo autor, é de que a crescente população com formação universitária não está lendo mais, está escrevendo mais. Ora como se escrever sem ler?
  • Dois conceitos que eu particularmente gostei muito no livro e destaquei na conversa foram: os livros precisam fazer parte das conversas das pessoas para ser relevantes e os livros devem se encontrar com as constelações pessoais dos leitores
  • A tarefa chave, tanto de editores quanto de livreiros, é fazer a ponte entre os livros e seus leitores
Depois de tratar das questões do livro, conversamos um pouco a respeito do cenário do mundo editorial brasileiro a partir da década de 1990 (que eu conheço um pouco mais). Antes disso, recomendei-lhes a leitura de A história do livro no Brasil, do historiador brazilianista britânico Lawrence Hallewell, publicada aqui no Brasil pela EDUSP já em sua segunda edição, que trata da história da editoração no Brasil desde os primórdios.
Falamos de:
  • Fusões e aquisições de um lado e segmentação em selos, de outro
  • Internacionalização
Uma reação a este cenário é a criação da LIBRE (Liga Brasileira de Editoras) com 105 editoras independentes, que defendem a diversidade bibliográfica, com eventos como a Primavera dos Livros, que felizmente, voltou a cidade de São Paulo no ano passado após uma ausência muito sentida.

Por enquanto é só, pessoal, mês que vem tem mais!!





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