Livros são uma necessidade para mim, tanto quanto saber que há comida na geladeira e bandaids no gabinete dos remédios. Eu preciso saber que há um bom livro na minha mesinha de cabeceira. E não estou falando metaforicamente. Quando meus filhos eram pequenos e frequentemente caiam de suas bicicletas, íamos para os hospitais e eu já tinha uma bolsa com coisas básicas prontas para levar se tivéssemos que ir para a sala de emergência. Além de um par de pijamas e uma muda de roupas, havia livros de histórias e um livro de contos para mim (eu era realista acerca de quanto tempo eu teria para ler). Significava que ao invés de espera interminável, a infelicidade de ter que gastar tempo num lugar em que você não quer estar, o tempo voava a medida que ficávamos ligados com Wild Things ou Lost Boys ao invés de outros pacientes. Eu gostaria de dizer que foi meu filho que me pediu para ler um livro enquanto ele recebia uma injeção, mas de verdade, fui eu, muito recentemente, e a enfermeira, para seu crédito, concedeu-me, como se pacientes sempre pegassem um livro enquanto ela manuseava sua agulha. (Eu recomendo, aliás.)
Books are a necessity to me, just as knowing there’s food in the fridge and band aids in the medicine cabinet I need to know there’s a good book on my nightstand. (I love that American word.) And I’m not talking metaphorically. When my sons were little, and frequently falling off bikes and getting into the scrapes small boys gets into, I had a bag of essentials ready to take if we had to go to the emergency room. Alongside a pair of pajamas and change of clothes, were children’s storybooks and a book of short stories for me (I was realistic about how much time I’d have to read). It meant that instead of the interminable waiting, the fractious misery of having to spend time in a place you don’t want to be, the time flew past as we hung out with the Wild Things or Lost Boys rather than fellow patients. I’d like to say it was my son who asked to read a book while he was given an injection, but truthfully it was me, quite recently, and the nurse to her credit took it completely in her stride, as if patients always took out a book when she got out her needle. (I recommend it by the way.)
Continuando brevemente no assunto de uso terapêutico dos livros (e não os didáticos), a alguns anos, enquanto eu esperava pelo resultado de uma biópsia, li livros excitantes de capa a capa e serei eternamente grata aos escritores que puderam tirar-me da minha própria realidade e dos terrores que brevemente se ocultaram lá. Eu sei que não é muito justo da minha parte usar grandes livros como se eles fossem apenas um tipo de analgésico - ou ao extremo, uma válvula de escape. Muitas pessoas tem escrito eloquentemente a respeito do poder dos livros, como eles instruem, elucidam, levam-nos para novas culturas, dão novas experiências e pontos de vantagem, abrem nossas mentes e corações e perfuram nossas almas. Mas como leitores cada um de nós tem nossa narrativa particular para falar acerca de livros.
Continuing briefly on the medical uses of books (and not as textbooks), a few years ago, while waiting for a biopsy result I read gripping novels back to back and will be forever grateful to the writers who could spring me from my own life and the terrors that briefly lurked there. I know it’s not very fair of me to use great books as if they are just some kind of painkiller – or in extremis an escape pod. Many people have written eloquently about the power of books, how they educate, elucidate, take you to new cultures, give you new experiences and vantage points, open your heart and mind and pierce your soul. But as readers we each have our own particular narrative to tell about books.
Eu me lembro quando tive meu primeiro bebê, sentada de madrugada, as luzes ao meu redor todas apagadas, sentindo-me como se fosse a única pessoa em Londres ainda acordada. Eu estava lendo um romance maravilhoso acerca de uma família que emigrava da Irlanda para a America na década de 1840. Eu o tinha começado antes de meu filho nascer e aquela viagem para a América transportou-me de uma mulher jovem e livre para uma mãe preocupada acerca de seu novo bebê no meio da noite. O livro não só me fez parar de me sentir só, aliviou a minha ansiedade acerca de um bebê bem de saúde mas muito digno de preocupação e também proveu continuidade de que eu era e de quem eu sou. Eu gastei três anos estudando Literatura na Universidade de Cambridge, com alguns dos melhores professores do país, mas foi durante aquelas noites escuras que eu descobri a mágica real da leitura. Há um provérbio chinês do qual eu gosto em particular: Um livro é um jardim carregado no bolso. Eu mexo lá ocasionalmente, apenas para ter certeza de que há um livro.
Para saber mais a respeito de Rosamund Lupton, visite rosamundlupton.com
I think back to when I had my first baby, sitting up in the small hours of the night, the lights in the buildings around me all off, feeling like the only person in London still awake. I was reading a wonderful novel about a family emigrating from Ireland to America in the 1840s. I’d started before my son was born, and that voyage to America carried me through from carefree young woman to a mother fretting over her new baby in the middle of the night. The book not only stopped me feeling alone, soothed my anxiety over a well-but-fretful baby but also provided continuity of who I was and am. I’d spent three years studying literature at Cambridge University, with some of the best professors in the land, but it was during those long dark nights that I discovered the real magic of reading. There’s a Chinese proverb I particularly like: A book is like a garden carried in the pocket. I pat mine occasionally, just to make sure that I have one there.
To learn more about Rosamund Lupton, visit rosamundlupton.com
Books are a necessity to me, just as knowing there’s food in the fridge and band aids in the medicine cabinet I need to know there’s a good book on my nightstand. (I love that American word.) And I’m not talking metaphorically. When my sons were little, and frequently falling off bikes and getting into the scrapes small boys gets into, I had a bag of essentials ready to take if we had to go to the emergency room. Alongside a pair of pajamas and change of clothes, were children’s storybooks and a book of short stories for me (I was realistic about how much time I’d have to read). It meant that instead of the interminable waiting, the fractious misery of having to spend time in a place you don’t want to be, the time flew past as we hung out with the Wild Things or Lost Boys rather than fellow patients. I’d like to say it was my son who asked to read a book while he was given an injection, but truthfully it was me, quite recently, and the nurse to her credit took it completely in her stride, as if patients always took out a book when she got out her needle. (I recommend it by the way.)
Continuando brevemente no assunto de uso terapêutico dos livros (e não os didáticos), a alguns anos, enquanto eu esperava pelo resultado de uma biópsia, li livros excitantes de capa a capa e serei eternamente grata aos escritores que puderam tirar-me da minha própria realidade e dos terrores que brevemente se ocultaram lá. Eu sei que não é muito justo da minha parte usar grandes livros como se eles fossem apenas um tipo de analgésico - ou ao extremo, uma válvula de escape. Muitas pessoas tem escrito eloquentemente a respeito do poder dos livros, como eles instruem, elucidam, levam-nos para novas culturas, dão novas experiências e pontos de vantagem, abrem nossas mentes e corações e perfuram nossas almas. Mas como leitores cada um de nós tem nossa narrativa particular para falar acerca de livros.
Continuing briefly on the medical uses of books (and not as textbooks), a few years ago, while waiting for a biopsy result I read gripping novels back to back and will be forever grateful to the writers who could spring me from my own life and the terrors that briefly lurked there. I know it’s not very fair of me to use great books as if they are just some kind of painkiller – or in extremis an escape pod. Many people have written eloquently about the power of books, how they educate, elucidate, take you to new cultures, give you new experiences and vantage points, open your heart and mind and pierce your soul. But as readers we each have our own particular narrative to tell about books.
Eu me lembro quando tive meu primeiro bebê, sentada de madrugada, as luzes ao meu redor todas apagadas, sentindo-me como se fosse a única pessoa em Londres ainda acordada. Eu estava lendo um romance maravilhoso acerca de uma família que emigrava da Irlanda para a America na década de 1840. Eu o tinha começado antes de meu filho nascer e aquela viagem para a América transportou-me de uma mulher jovem e livre para uma mãe preocupada acerca de seu novo bebê no meio da noite. O livro não só me fez parar de me sentir só, aliviou a minha ansiedade acerca de um bebê bem de saúde mas muito digno de preocupação e também proveu continuidade de que eu era e de quem eu sou. Eu gastei três anos estudando Literatura na Universidade de Cambridge, com alguns dos melhores professores do país, mas foi durante aquelas noites escuras que eu descobri a mágica real da leitura. Há um provérbio chinês do qual eu gosto em particular: Um livro é um jardim carregado no bolso. Eu mexo lá ocasionalmente, apenas para ter certeza de que há um livro.
Para saber mais a respeito de Rosamund Lupton, visite rosamundlupton.com
I think back to when I had my first baby, sitting up in the small hours of the night, the lights in the buildings around me all off, feeling like the only person in London still awake. I was reading a wonderful novel about a family emigrating from Ireland to America in the 1840s. I’d started before my son was born, and that voyage to America carried me through from carefree young woman to a mother fretting over her new baby in the middle of the night. The book not only stopped me feeling alone, soothed my anxiety over a well-but-fretful baby but also provided continuity of who I was and am. I’d spent three years studying literature at Cambridge University, with some of the best professors in the land, but it was during those long dark nights that I discovered the real magic of reading. There’s a Chinese proverb I particularly like: A book is like a garden carried in the pocket. I pat mine occasionally, just to make sure that I have one there.
To learn more about Rosamund Lupton, visit rosamundlupton.com
I just love this. Exactly how I feel about good books.
ResponderExcluirHi Sheila, thanks for posting your comment.
ExcluirReading good comments always make me smile.
When I originally read this article I thought to myself, I need to make it acessible to everyone I could reach!! Then my Portuguese translation. I think like the autor and I love when any person open themselves and speak about how important books and reading are for their lives. For me it is very important, in a emotional way. I think that because of this I am a librarian nowadays.
Best regards and thanks again!