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quarta-feira, 16 de agosto de 2017
Alex & Ester
Olá, queridos leitores!
Quero apresentar a vocês o Alex e a Ester, este belo casal que vende livros perto do Terminal Urbano São João, em Guarulhos. Conversei bastante com eles. Por causa do desemprego, estão vendendo livros de seus acervos pessoais nesta banca. Fiquei feliz por tê-los conhecido, é ótimo ver exemplos de pessoas que estão buscando saídas empreendedoras para lidar com a crise econômica.
Caso alguém viva ou passe perto do Terminal São João, dê uma força ao casal, comprando um ou mais livros.
Hello dear readers,
I want to introduce you this beautiful couple, Alex and Ester, who sell books near São Joao Urban Bus Terminal in Sao João neighborhood, in Guarulhos city. We had a good talking. Unemployment forced them to sell books of their own collections. But they face economical crisis with courage and dignity. Making acquaintance with people who are so courageous make me happy.
So if someone lives ou pass near Urban Bus Sao Joao Terminal, please, help this couple, buying some books!
segunda-feira, 2 de dezembro de 2013
Ângela e o Menino Jesus, de Frank McCourt, tradução de Rubens Figueiredo
www.livrarialoyola.com.br - Acesso em 01 de dezembro de 2013
Olá, caros leitores!
Esta postagem é a reprodução de um trabalho acadêmico que fiz neste ano, em que analiso a tradução, primorosa, de Rubens Figueiredo. Como o professor Jiro Takahashi gostou (o professor Jiro é uma sumidade), achei que valia a pena publicar.
Um abraço!!
***
Onze anos depois de publicar aquele que seria seu maior
sucesso (Angela’s ashes, 1996[1]),
o autor irlandês-norteamericano Frank McCourt publicou Angela and the Baby Jesus, um episódio natalino da infância de sua
mãe, Angela Sheehan McCourt. Quando li o livro, lembrei-me imediatamente de um
episódio, desta vez fictício, contado por Jorge Amado em seu Capitães de areia, em que o personagem
Pirulito rouba uma figura do Menino Jesus.
Angela
and the baby Jesus foi publicado no Brasil em 2008, com tradução de Rubens Figueiredo,
pela editora Intrínseca.
Eis a sinopse da edição brasileira:
Ângela e o Menino Jesus, de Frank McCourt, é
uma fábula natalina atemporal − narrada com toda a alegria, a tradição e a
fantasia da infância − para ser amada por várias gerações. Traz lições de
ternura, a partir de uma preocupação de Ângela: uma garotinha de seis anos, que
fica com pena do Menino Jesus ao vê-lo no altar da igreja de São José na cidade
de Limerick, na Irlanda, onde mora. As noites de dezembro são úmidas e frias, e
a igreja é escura. A mãe do Menino Jesus não tem nem um cobertor para cobri-lo.
O bebê precisa da ajuda de Ângela, mesmo que ela não tenha autorização para
chegar perto do altar, muito menos sozinha.[2]
Conhecido por suas traduções diretas do russo, em que a
preocupação é a estrangeirização do texto traduzido, fiquei curiosa em saber
como o tradutor lidava com as expressões idiomáticas do original. Para minha
surpresa, ele não tem essa preocupação na tradução deste conto episódico,
optando por expressões em língua portuguesa que se nem sempre se aproximam do
original. Talvez por ser uma obra voltada primariamente para crianças? Um
cotejo entre original e tradução é útil para verificar esta hipótese:
A
primeira situação em que se evidencia que o tradutor não vai manter as marcas
estrangeirizadoras é o nome da protagonista, que não tem acento tônico no
original mas tem na tradução: Angela vira Ângela (afinal, todas as palavras
proparoxítonas levam acento tônico na antepenúltima sílaba). Se esse é um texto
publicado primariamente para o público infanto-juvenil (apesar de que já ouvi
dizer que o bom texto infantil agrada a todos, inclusive às crianças) um nome
proparoxítono que desobedece a regra poderia confundi-las. Logo, o título do
livro vira Ângela e o Menino Jesus. Outra
evidência da renúncia a estrangeirização é a troca da expressão Baby Jesus por Menino Jesus. Apesar da
figura na manjedoura do presépio ser a de um bebê, em língua portuguesa a
expressão consagrada para a mesma imagem é Menino Jesus, que o tradutor adota
por todo o livro. Uma terceira evidência é a tradução do topônimo igreja de São
José ao invés de igreja de Saint Joseph.
Vejamos o parágrafo de abertura:
When
my mother, Angela, was six years old, she felt sorry for the Baby Jesus in the
Christmas crib at St Joseph’s Church near School House Lane where she lived.
She thought the Baby Jesus was cold and wondered why no one had put a blanket
over his plump little body. He looked happy enough, smiling at his mother, the
Virgin Mary, and St. Joseph and the three shepherds carrying little lambs all
cozy in their fur. Even if he was cold he’d never complain because the Baby
Jesus would never wants to make his mammy the slightest bit unhappy.(p.1)
Quando minha mãe, Ângela, tinha seis
anos, sentiu pena do Menino Jesus ao vê-lo na manjedoura do presépio na igreja
de São José, perto da alameda da escola, onde ela morava. Achou que o Menino
Jesus estava com frio e não entendia por que ninguém tinha estendido um
cobertor sobre o seu corpinho rechonchudo. Ele parecia bem contente, sorria
para a mãe, a Virgem Maria, para São José e para os três pastores, que
carregavam seus cordeirinhos, com pelos muito fofos. Mesmo que sentisse frio, o
Menino Jesus jamais reclamaria, pois não gostaria de causar qualquer tristeza à
sua mãe, por menor que fosse.
Entretanto, com exceção de Ângela, Virgem Maria e São José, os nomes dos
demais personagens são mantidos no original (sra. Reidy, sr. King, sra. Black, Pat,
Aggie, Tom, etc.)
“All
right, Pat. All right,” his mother said. You could see she wanted to humor him.
“We’ll go up and see if the Baby Jesus is in the bed.”
Little
Angela was terrified there by the fire. What would she do if the Family went
upstairs and found the Baby Jesus in the bed? Her mother would surely slap her
bottom and make her go to sleep without her tea and bread.
She
followed her mother and her brother Tom and her sister, Aggie, and her brother
Pat, the cause of all the trouble, up the stairs.(p.18)
A família achou graça outra vez quando
Pat disse que tinha visto Angela com o Menino Jesus nos braços no quintal, mas
quando todos riram ele gritou:
- Ela está com Deus lá na cama, de
verdade.
- Tudo bem, Pat. Está certo – disse a
mãe. Dava para perceber que ela queria só brincar com ele. – Nós todos vamos lá
em cima ver se o Menino Jesus está na cama.
A pequena Ângela, que estava pertinho da
lareira, ficou apavorada. O que faria se a família subisse e descobrisse o
Menino Jesus em sua cama? Na certa, a mãe ia dar uma palmada em seu traseiro e
mandar que fosse dormir sem tomar chá
sem comer.
Ângela subiu a escada atrás da mãe, do
irmão Tom, da irmã Aggie e de Pat, a causa do problema.
Outra
evidência de uma tradução mais domesticada é a tradução das expressões idiomáticas,
algumas bem específicas da cultura irlandesa, tais como: wingeing, roarin’
an’bawlin’, como nos trechos abaixo:
Little
Angela wouldn’t let it go at that. She was often cold herself, hungry too, but
never complained for fear of being told by her mother and brothers and sister
to stop to whingeing (That’ what they called whining and complaining in
Ireland).(p.3)
Mas a pequena Ângela
não podia deixar que as coisas ficassem assim. Muitas vezes, ela mesma sentia
frio, e também fome, mas nunca reclamava, com medo de que sua mãe, os irmãos e
a irmã dissessem para ela parar de choradeira (Era assim que diziam na Irlanda,
quando a gente reclamava e se queixava.)
She
nearly died of fright when the back door of her house creaked and out came her
brother Pat going to the lavatory. He stopped and stared at her and the Baby,
but she didn’t mind because he was a baby himself and often said foolish things
even she wouldn’t say.
“Is
that the Baby Jesus you have there?”
“’Tis.”
“He’s
supposed to be sleeping in his crib abroad in the church an’you have him here
in the freezing cold.”
“I’m
warming him up,“ she said.
“His
mother will be roarin’an’bawling’ when she sees him gone”
“She
won’t mind. She wants him to be warm, too.” (p.14)
Ela quase morreu de medo
quando a porta dos fundos da sua casa rangeu e de repente lá saiu seu irmão, o
Pat, que ia para o banheiro. Ele parou, olhou bem para ela e para o Menino
Jesus, mas Ângela não ligou, porque o irmão era como um bebê, muitas vezes dizia
bobagens que nem ela era capaz de falar.
- Não é o Menino Jesus que
você está carregando?
- É, sim.
- Ele devia estar dormindo
na manjedoura, lá na igreja, e você o trouxe para cá, nesse frio de arrepiar.
- Estou esquentando o Menino
Jesus – disse Ângela.
- A mãe dele vai ficar louca de raiva quando perceber que ele sumiu.
- Ela não vai ligar. Também
quer que ele fique quentinho.
Outra evidência de tradução domesticada em
prol de uma maior legibilidade por parte de um público leitor mirim são as marcas
de diálogos iniciados pelo travessão, ao invés de iniciadas por aspas. São
pequenos detalhes que mostram a preocupação do tradutor com seu público alvo.
Bibliografia:
MCCOURT, Frank; LONG, Loren (illust.) Angela and the Baby Jesus. New York,
Scribner, 2007.26p.
MCCOURT, Frank; LONG, Loren (ilust.);
FIGUEIREDO, Rubens (trad.) Ângela e o
Menino Jesus. Rio de Janeiro, Intrínseca, 2008. 26p.
[1]
McCOURT, Frank. Angela’s ashes: a
memoir. New York, Scribner, 1996. 368p. Publicado no Brasil em 1997 como As cinzas de Angela: memórias, pela
editora Objetiva
[2]http://www.intrinseca.com.br/site/catalogo_ficha.php?livrosID=41 – Acesso em 06 de outubro de 2013
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quinta-feira, 27 de dezembro de 2012
Ou isto ou aquilo, de Cecília Meireles
Imagem extraída do website da editora Global
Ontem depois do expediente, estava eu passeando no centro comercial de Guarulhos (já tinha gastado uma soma considerável comprando canetas novas na Guarupel) quando resolvi entrar na Guarulivros, para ver as novidades. Livros novos, tanto na acepção de livros recém-lançados, quanto na acepção de que são livros de primeira mão. Quem gosta de livros de papel, como eu, sabe que livros novos tem um cheiro maravilhoso!!
Pois bem, estava vasculhando a seção infantil quando deparei-me com um exemplar de Ou isto ou aquilo, da Cecília Meireles. E ilustrado pelo Odilon Moraes!! Capa dura, formato álbum, papel bom. Nem ousei perguntar o preço, mas com certeza o valor desta nova edição excede em muito seu preço em reais. Folheei o livro, reli com prazer poesias que fizeram parte da minha infância na escola (várias de suas poesias fizeram parte de livros didáticos de Língua Portuguesa que usei no antigo 1o. grau.): as velhinhas Mariana e Marina, as três meninas na janela, Ou isto ou aquilo.
Valeu, Editora Global, por trazer de volta para nós a possibilidade de ler as obras da Cecília (e de outros escritores) em primeira mão, numa edição tão caprichada!!
Ontem depois do expediente, estava eu passeando no centro comercial de Guarulhos (já tinha gastado uma soma considerável comprando canetas novas na Guarupel) quando resolvi entrar na Guarulivros, para ver as novidades. Livros novos, tanto na acepção de livros recém-lançados, quanto na acepção de que são livros de primeira mão. Quem gosta de livros de papel, como eu, sabe que livros novos tem um cheiro maravilhoso!!
Pois bem, estava vasculhando a seção infantil quando deparei-me com um exemplar de Ou isto ou aquilo, da Cecília Meireles. E ilustrado pelo Odilon Moraes!! Capa dura, formato álbum, papel bom. Nem ousei perguntar o preço, mas com certeza o valor desta nova edição excede em muito seu preço em reais. Folheei o livro, reli com prazer poesias que fizeram parte da minha infância na escola (várias de suas poesias fizeram parte de livros didáticos de Língua Portuguesa que usei no antigo 1o. grau.): as velhinhas Mariana e Marina, as três meninas na janela, Ou isto ou aquilo.
Valeu, Editora Global, por trazer de volta para nós a possibilidade de ler as obras da Cecília (e de outros escritores) em primeira mão, numa edição tão caprichada!!
sexta-feira, 14 de setembro de 2012
Macanudos, de Ricardo Liniers
De todos os personagens que Ricardo Liniers criou em seu universo ficcional, os meus favoritos são Enriqueta e seu gatinho Fellini.
E esta é uma das minhas tiras favoritas: uma homenagem delicada e respeitosa.
Como ainda não consegui adquirir os álbuns (quem sabe consigo na Festa dos Livros deste ano?), utilizei-me do link abaixo para capturar a imagem.
http://ladyscomics.com.br/enriqueta - Acesso em 14 de setembro de 2012
Ps. Como percebi um grande interesse por esta postagem, deixo abaixo o link da editora de Ricardo Liniers aqui no Brasil:
http://www.zarabatana.com.br/p08.htm - Acesso em 28 de setembro de 2012
terça-feira, 4 de setembro de 2012
Year of wonders, ou Um ano de milagres, de Geraldine Brooks
Trabalhei por 10 anos numa das melhores livrarias de São Paulo. Foi uma oportunidade única e preciosa.
Apesar disso, por ironia do destino, vários livros que queria muito ter não vieram daquele tempo, e sim, a partir do momento em que comecei a trabalhar nas bibliotecas públicas de Guarulhos: títulos como A-Ha, de Jordan Ayan (que achei na Sebolândia), Colcha de retalhos de Whitney Otto, Novos contos da montanha de Miguel Torga e Wesley de Stacey O'Brien que achei no Espaço Troca-Livros, O Cristo de lama e a Festa de Babette, que achei na Caverna do Disco de Vinil.
Veja bem, comecei um namoro com Year of wonders ainda na livraria maravilhosa em que eu trabalhava (achei o registro na Internet) e fiquei pensando nele por anos. Claro que vários livros passaram na frente, sempre havia prioridades e o romance foi ficando para trás. A medida que os anos passaram, percebi que obras mais recentes da autora eram traduzidas (Memórias do livro, Sr. March), mas nem sinal de Year of wonders. Mas, nesse ano, lembrei-me dele novamente, ao vê-lo num boletim eletrônico enviado por uma rede de bibliotecas canadense. Anotei os dados bibliográficos na minha lista de desejos no final da minha agenda e pensei: em inglês ou não, deste ano não passa!
E não passou. Hoje, ao passar pela banca de jornal na Praça Getúlio Vargas, percebi que as gôndolas que ficam na sua frente estavam bem cheias de livros e resolvi averiguar. Livro vai, livro vem, eis que vejo... Um ano de milagres!! Da Geraldine Brooks!! Milagre!! Milagre!! Mais que rapidamente eu comprei o livro. É claro. Investiguei na página de créditos e vi que o romance fora traduzido em 2010. E pensei, como foi que não percebi a chegada dele naquele ano? É bem verdade que 2010 foi bastante tumultuado para mim, com crise dos 40 anos e tudo o mais. Melhor assim. Leio Um ano de milagres com mais tranquilidade.
A imagem da capa foi extraída do website do grupo Ediouro
sábado, 26 de maio de 2012
3 por R$10,00 - uma bibliocrônica sobre amores reencontrados...
Ontem pretendia ir ao Troca Livros a tarde, mas percebi que os boletins da biblioteca tinham acabado e ainda temos mais uma semana de maio pela frente. Precisei ir a Biblioteca Central para imprimir e xerocar mais exemplares. Chegando lá, fui almoçar no Riama (ótimo o almoço, como sempre, pena que não tinha mais pudim de leite).
Saí de lá querendo chocolate. Pensei, vou ao Comercial Esperança comprar uma barra e vou comprar umas canetas 1.6 numa papelaria bacana que fica na mesma rua. É claro que, para acessar a Luis Faccini, é preciso passar pela galeria do Rosário, onde, no meio, há a Caverna do Disco de Vinil, valioso sebo, patrimônio cultural mesmo, do centro da cidade. E é óbvio que eu não passaria por lá incólume. Pois bem, comecei a olhar umas prateleiras do lado de fora, lendo os títulos um a um quando me deparei com... O Cristo de lama, do João Felício dos Santos!! Ah!! Há anos que eu tenho o desejo de ler este livro, e lá estava ele, piscando para mim... Agarrei-o, vi o preço na etiqueta na contracapa... R$10,00 e pensei... É agora! Procurei o vendedor com o olhar... e ele prontamente me atendeu. Perguntei-lhe se podia pagar com cartão de débito (não carregava dinheiro vivo naquele momento) e ele me disse que não, que o valor do livro (R$3,00) não me permitia pagar com o cartão. Suei frio... E agora? Mas o preço na etiqueta... argumentei. Ah, esses livros aqui - gesticulou o vendedor em relação às prateleiras - tudo é promoção. 3 por R$10,00. Aí a senhora pode pagar com o cartão. Virei-me para procurar outros títulos, que eu não ia sair dali sem o Cristo de lama nas mãos... Procurei na outra prateleira, olhei, olhei e achei... A festa de Babette!! Dia dos milagres!! Pois também não tinha eu o desejo de ler esse livro por anos, desde que Philip Yancey, em seu Maravilhosa graça, abre o livro comentando a respeito desta obra de Isak Dinesen?! Milagre, milagre... assim você me mata... Mais um, para fechar o 3 por R$10,00... Olho mais um pouco, tem que haver algum outro livro interessante... Achei uma aventura do faroeste cristã, um livro para crianças, da CPAD. Acho que já tinha ouvido falar do Dr. Marcos Whitman em outro livro... Arrematei os 3 livros por R$10,00 e saí, em estado de graça, para a papelaria, onde comprei 3 canetas e depois fui a uma doceria, pois agora estava com vontade de comer bolo de chocolate. Um dia para ficar na História.
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