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sábado, 30 de dezembro de 2017

Meu poema para o fim do ano de 2017 / My chosen poem for the end of the year

Olá, queridos leitores!
Eis o meu poema de final de ano, como uma mensagem para 2018, mais uma vez tirada da minha tarefa de montar um calendário de 52 segundas-feiras de poemas no blog da Rede de Bibliotecas Públicas de Guarulhos. É incrível como os livros de poemas certos caem na minha mão quando eu preciso deles!!
Feliz Ano Novo!!

Hello dear readers!
You have now my chosen poem of the end of 2017 as a message for 2018, one more time took from my annual task of selection and setting of a 52 Mondays poems to the blog of System Public Library of Guarulhos. For me is incredible how the right books of poetry is laid to me when I need them.
Happy New Year!


SILVA, Abel. Se queres vida. IN: Só uma palavra me devora: poesia completa e inéditos. 3a.ed. Rio de Janeiro, Record, 2001. p.152

Se queres vida tira do caminho
o que não vive, não voa, o que apodrece,
apaga este fogo que te queima
e te devora a carne e não te aquece.
Também esquece qualquer ressentimento
que te amargue a boca e te emudeça,
retira as pedras de teu peito,
as pedras rolam e impedem que
adormeças.
E ouve bem o ritmo secreto do silêncio
e tudo que ensinam as linhas de tua mão
bebe deste rio que em segrego
brota da nascente do teu coração.

If you want life (translation of Lucia Sasaki)


If you want life take of your way

what doesn't lives, doesn't flies, what spoils
Put out this fire that burns you
and that devour your flesh and doesn't warms you.
Also, forget any hurt
that embitter your mouth and make you mute,
withdraw the stones in your breast
the stones roll and prevent
that you slumber.
And hear well the secret rhytm of silence
and all that is taught by the lines of your hand
drink from this river that in secret
springs from the well of your heart.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

As três perguntas, de Jon Muth, baseado em conto de Liev Tolstoy


http://didyouknowfacts.com/books-will-teach-kids-kind/ - acesso em 29.janeiro.2017



MUTH, Jon; ilustrações do autor;  As três perguntas: baseado numa história de Liev Tolstoy. New York, Scholastic, 2002. 32p.

Tradução livre desta que vos escreve em fevereiro de 2017

***********************

Era uma vez um garoto chamado Nikolai, que às vezes se sentia incerto acerca do modo certo de agir.
Eu quero ser uma boa pessoa – Disse ele a seus amigos – Mas nem sempre sei a melhor maneira de agir.
Os amigos de Nikolai compreenderam-no e quiseram ajudá-lo.
Se apenas eu pudesse achar as respostas para as minhas três perguntas – continuou Nikolai – Então eu sempre saberia o que fazer.

1. Qual é o melhor momento para agir?
2. Quem é a pessoa mais importante?
3. Qual é a coisa certa a fazer?

Os amigos de Nikolai consideraram sua primeira questão.
Então Sonia, a garça, disse:
Para saber o tempo certo para agir é preciso planejar antes.
Gogol, o macaco, que havia escavado entre as folhas para achar algo bom para comer, disse:
Você saberá quando agir se você observar e prestar bastante atenção.
Então Pushkin, o cachorro, que estava dormindo, rolou e disse:
Você não pode prestar atenção em tudo. Você precisa de um bando de amigos para manter a vigiância e te ajudar a decidir quando agir. Por exemplo, Gogol, um coco está prestes a cair em sua cabeça!

Nikolai pensou por um momento. Então fez sua segunda pergunta:

Quem é o mais importante?

Aquele que está mais próximo do ceu – rodopiando até lá.
Aquele que sabe como curar os doentes – disse Gogol, apalpando sua cabeça arranhada.
Aquele que faz as regras – rosnou Pushkin.

Nikolai pensou mais um pouco. Então ele fez sua terceira pergunta:

Qual é a coisa certa a fazer?

Voar – disse Sonia.
Divertir-se o tempo todo – riu Gogol.
Lutar – latiu Pushkin.

Então o garoto pensou por um longo tempo. Ele amava seus amigos e sabia que todos eles tentavam seu melhor para ajudá-lo a responder suas questões. Mas suas respostas não pareciam muito certas.

Então teve uma ideia:
Eu sei! Eu vou perguntar ao Leo, a tartaruga. Ele já viveu muito tempo. Certamente ele saberá as respostas que procuro.

Nikolai subiu sozinho às montanhas onde Leo vivia. Quando ele chegou, achou-o cavando um buraco no jardim. Leo era velho e cavar era difícil.
Nikolai disse:
Eu tenho três perguntas e vim para pedir sua ajuda.

1. Qual é o melhor momento para agir?
2. Quem é a pessoa mais importante?
3. Qual é a coisa certa a fazer?

Leo ouviu atentamente, mas só sorriu. Então ele voltou a cavar.
Nikolai disse:
Você deve estar cansado. Deixe-me ajudá-lo.
A tartaruga deu-lhe sua pá e agradeceu a ele.

E porque era mais fácil para um garoto cavar um buraco, Nikolai assim o fez até terminá-lo.
Mas, quando terminou, ventava furiosamente e a chuva explodiu das nuvens escuras.
Enquanto eles correram para se abrigar na casa de Leo, Nikolai ouviu um grito por socorro.

Ele desceu pelo caminho até a floresta, onde achou uma panda com a pata ferida por uma árvore que tinha caído.

Cuidadosamente Nikolai carregou-a até a casa de Leo e fez uma tala para a sua perna com um bastão de bambu.

A tempestade continuava, dava para perceber pelo barulho nas portas e janelas.
A panda acordou e disse:
Onde estou? Onde está o meu filhote?

O garoto saiu correndo e desceu pelo mesmo caminho que levava à floresta. O barulho da tempestade era terrível. Avançando contra o vento uivante e a chuva que o encharcava, ele correu para dentro da floresta. Lá ele achou o filhote da panda, molhado e tremendo de frio.

O pandinha estava assustado, mas vivo. Nikolai o carregou para dentro da casa e o secou, deitando-o nos braços de sua mãe.

Leo sorriu quando viu o que o garoto tinha feito.

Na manhã seguinte o sol esquentava tudo, os pássaros cantavam e tudo estava bem no mundo. A pata da mãe panda estava se curando direitinho e ela agradeceu a Nikolai por te-los salvo da tempestade.

Neste momento Sonia, Gogol e Pushkin chegaram para se certificar que tudo estava bem.

Nikolai seniu uma grande paz dentro de si. Ele tinha amigos maravilhosos. E ele tinha salvado a panda e seu filhote. Mas também se sentiu desapontado. Ele ainda não tinha achado as respostas para as suas três perguntas. Então ele perguntou a Leo mais uma vez.

A velha tartaruga olhou para o garoto e disse:
Mas suas três perguntas foram respondidas!
Foram?
Ontem, se você não tivesse ficado para me ajudar a cavar o meu jardim, você não teria ouvido os gritos da panda por socorro na tempestade. Então, o tempo mais importante foi aquele em que você cavou o jardim. O mais importante naquele momento era eu e a coisa mais importante a fazer era me ajudar com meu jardim.
Mais tarde, quando você socorreu a panda ferida, o tempo mais importante foi o tempo que você gastou consertando sua pata e salvando seu filhote. Os mais importantes foram a panda e seu filhote. E a coisa mais importante a fazer era cuidar deles e mantê-los seguros.

Lembre-se então de que há somente um tempo importante e este tempo é AGORA. O mais importante é sempre COM QUEM VOCÊ ESTÁ. E a coisa certa a fazer É FAZER O BEM A QUEM ESTÁ PERTO DE VOCÊ. Pois estas coisas, querido menino, são as respostas para o que é mais importante neste mundo. É por isso que estamos aqui.



quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

As três perguntas, de Liev Tolstoy / The three questions, by Liev Tolstoy

https://kirakosyanemma.wordpress.com/2013/03/12/thoughts-on-a-story-leo-tolstoy-three-questions/ - acesso em 29.jane.2017

Olá, queridos leitores!
Compartilho com vocês mais um exercício de tradução, desta vez de um conto de Liev Tolstoy chamado As três perguntas. Descobri esta história tocante por meio de uma adaptação juvenil feita pelo autor norteamericano Jon Muth, com belíssimas aquarelas. 
Procurei pelo conto original e achei esta versão em inglês no http://www.online-literature.com/tolstoy/2736/ - Acesso em 12.jan.2017

Eis uma tradução livre, concluída hoje (28 de janeiro de 2017). Acredito que há traduções melhores, feitas por tradutores bem mais experientes, mas se eu não treinar e não expor nunca vou melhorar, certo?
Aproveitem  esta pequena gota da sabedoria de Liev Tolstoy!!

Hello dear readers!
I share with you one of my translation exercises. In your case, I bring the english version of The three questions, by Russian writer Liev Tolstoy. I discovered this tale through an juvenile adaptation from Jon Muth, who made so beautiful watercolors.
I found the english version of this tale in http://www.online-literature.com/tolstoy/2736 in Jan.12th.2017
So here is my free translation. Of course there are better translations, made for professional translators, but I think that if I won't train it and share it , I will never learn how to do it properly, right?
First my tentative translation, the English text is below.
Enjoy!

*****
Ocorreu a um certo rei que se ele sempre soubesse o tempo certo para começar qualquer coisa; se ele soubesse que seriam as pessoas certas para ouvir conselhos e quem seria aquelas que ele deveria evitar, e, acima de tudo, se ele sempre soubesse o que seria a coisa mais importante a fazer, ele nunca falharia em quaisquer coisas que ele pudesse empreender.
E tendo esse pensamento ocorrido, ele proclamou por todo o seu reino que ele daria uma grande recompensa a quem o ensinasse qual seria o tempo certo para toda ação, e quem seria a pessoa  mais necessária e como ele poderia saber qual seria a coisa mais importante a fazer.

E homens instruídos visitaram o Rei mas eles responderam à suas perguntas de modos diferentes:

Em relação a primeira questão, alguns disseram que para conhecer o tempo certo para agir, ele deveria montar, com antecedência, uma tabela de dias, meses e anos e deveria viver de acordo com ela. Só assim, eles disseram, tudo poderia ser feito em seu próprio tempo. Outros declararam que era impossível decidir com antecedência o tempo certo para todas as ações: mas, não se deixando levar por passatempos inúteis, uma pessoa deveria sempre estar atenta a tudo que acontece  e então poderia fazer o que era necessário. Outros disseram que por mais atento que o Rei pudesse ser ao que está acontecendo ao redor, seria impossível para um único homem decidir corretamente o tempo certo para todas as ações, mas que ele deveria ter um Conselho de homens sábios, que o ajudariam a fixar o tempo certo para todas as coisas.

Mas então outros disseram que há coisas que não podiam esperar ser expostas diante de um Conselho, mas mas que deveriam ser decididas de uma vez. Mas para decidir isso, uma pessoa deveria conhecer de antemão o que está acontecendo. Apenas magos sabem dessa forma, então, para conhecer o tempo certo para tudo, o Rei deveria consultar os magos.
Igualmente várias foram as respostas à segunda pergunta. Alguns disseram que as pessoas mais necessárias ao Rei eram seus conselheiros, outros, os sacerdotes, outros, os médicos, enquanto outros disseram que os guerreiros eram o mais necessários;
À terceira pergunta, qual é a mais importante ocupação: alguns responderam que a coisa mais importante no mundo era a ciência. Outros disseram que era a habilidade na guerra, e outros que era a devoção religiosa.
Como todas as respostas eram diferentes, o Rei não concordou com nenhuma delas e  não deu a recompensa a ningúem. Mas ainda desejoso de encontrar as respostas certas às suas perguntas, ele decidiu consultar um eremita, muito reconhecido por sua sabedoria.
O eremita vivia numa floresta que ele nunca abandonava e não recebia ninguém a não ser pessoas comuns. Então o Rei se vestiu com roupas simples e antes que alcançasse o eremita ele desmontou de seu cavalo e deixou para trás seu guarda-costas, avançando sozinho.

Quando o Rei se aproximou, o eremita estava cavando o solo em frente a sua cabana. Vendo o Rei, ele o saudou e continuou cavando. O eremita era frágil e enfraquecido, e a cada vez que ele fincava a enxada no solo e revirava a terra, ele arquejava.

O Rei se aproximou e disse: Eu vim até você, sábio eremita, para lhe pedir que responda três perguntas: Como eu aprendo a discernir o tempo certo para fazer as coisas? Quem são as pessoas das quais mais eu necessito e, por isso, eu deveria lhes prestar mais atenção do que ao restante? E que situações são as mais importantes e que necessitam da minha mais premente atenção?

O eremita ouviu o Rei, mas não respondeu nada. Ele apenas recomeçou a cavar.
-- Você está cansado -- disse o Rei -- deixe-me pegar a enxada e ajudá-lo por enquanto.
-- Obrigado! -- disse o eremita e entregando sua enxada ao Rei, sentou-se no chão.

Quando ele cavou dois canteiros, o Rei parou e repetiu suas perguntas. O eremita novamente não lhe deu nenhuma resposta, mas se levantou, esticou sua mão para a enxada e disse:
-- Agora descanse e deixe-me trabalhar um pouco.

Mas o Rei não lhe devolveu a enxada e continuou a cavar. Uma hora passou, e outra. O sol começou a se por atrás das árvores e o Rei enfim enfiou a enxada na terra e disse:
-- Eu vim a você, homem sábio, por uma resposta às minhas perguntas. Se você não pode me dar nenhuma, diga-me e eu voltarei para casa.
-- Eis alguém que chega correndo -- disse o eremita -- vamos ver quem é.

O Rei se virou e viu um homem barbado correndo da floresta. O homem pressionava suas mãos contra seu estômago e sangue fluia debaixo delas. Quando ele alcançou o Rei, ele caiu no chão gemendo baixinho. O Rei e o eremita desabotoaram sua roupa. Havia um grande ferimento em seu estõmago. O Rei o lavou o melhor que pôde e cobriu-o com seu lenço e com uma toalha que o eremita tinha. Mas o sangue não parava de fluir e o Rei removia repetidas vezes a bandagem encharcada de sangue quente e lavava e cobria a ferida.
Quando por fim o sangue estancou, o homem reviveu e pediu algo para beber. O Rei trouxe água fresca e deu a ele. Enquanto isso o sol se pôs e esfriou. Então o Rei, com a ajuda do eremita, carregou o ferido para dentro da cabana e deitou-o na cama. Deitado o homem fechou seus olhos e ficou quieto, mas o Rei estava tão cansado com sua caminhada e com o trabalho que fizera que ele se sentou encostado no chão junto a porta e também caiu no sono -- ele dormiu  profundamente durante toda a curta noite de verão. Quando ele acordou de manhã nem se lembrava de onde estava ou quem era o homem barbado deitado na cama olhando para ele intensamente com olhos brilhantes.
-- Perdoe-me -- disse o homem barbado numa voz fraca, quando ele viu que era o Rei quem estava acordado e olhando para ele.
-- Eu não te conheço e não tenho nada para perdoar você -- disse o Rei.
-- O senhor não me conhece, mas eu conheço o senhor. Eu sou o seu inimigo que jurou vingança contra o senhor, porque o senhor executou seu irmão e confiscou sua propriedade. Eu sabia que o senhor foi sozinho visitar o eremita e resolvi matá-lo na volta. Mas o dia passou e o senhor não retornou. Então eu saí da minha tocaia para encontra-lo e cruzei com seu guarda-costas e ele me reconheceu e me feriu. Eu escapei dele mas teria sangrado até morrer se o senhor não tivesse feito o curativo na minha ferida. Eu desejava matar o senhor e o senhor salvou minha vida. Agora, se eu me manter vivo, e se o senhor quiser, eu servirei o senhor como seu mais fiel servo, e ordenarei a meus filhos que façam o mesmo. Perdoe-me!
O Rei alegrou-se muito por fazer as pazes com seu inimigo tão facilmente e por te-lo ganho como amigo e ele não só o perdoou como também disse que enviaria seus servos e seu próprio médico para atendê-lo e prometeu devolver-lhe sua propriedade.

Tendo se despedido do homem ferido, o Rei foi até o portão e procurou em volta pelo eremita. Antes de ir embora ele desejava mais uma vez pedir-lhe uma resposta às suas perguntas. O eremita estava fora, de joelhos, semeando nos canteiros que foram cavados no dia anterior.

O Rei aproximou-se dele e lhe disse:
-- Pela última vez, eu suplico a você que responda às minhas perguntas, homem sábio!
-- Suas perguntas já foram respondidas! -- disse o eremita, ainda acocorado e olhando para o Rei, de pé diante dele.
-- Como respondidas? O que você quer dizer? -- perguntou o Rei.

-- Você não vê? -- respondeu o eremita -- Se você não tivesse se apiedado da minha fraqueza ontem, e não tivesse cavado esses canteiros para mim, mas fosse embora, aquele homem teria o atacado e você teria se arrependido de não ter ficado comigo. Então o tempo mais importante foi quando você estava cavando os canteiros, e eu era a pessoa mais importante, e fazer-me o bem era a coisa mais importante a fazer. Depois, quando você viu aquele homem correndo em nossa direção, o momento mais importante foi quando você cuidou dele, pois se você não tivesse feito o curativo, ele teria morrido sem fazer as pazes com você. Então ele era o homem mais importante e o que você fez por ele era a coisa mais importante a fazer. 
Lembre-se então: há apenas um momento que é importante: o agora! É o momento mais importante porque é o único em que você tem poder. A pessoa mais necessária é aquela com quem você está, pois ninguém sabe se ela terá relacionamento com mais alguém e o mais importante a fazer é fazer o bem , porque este é o único propósito pelo qual nós estamos aqui.
 **********************

It once occurred to a certain king, that if he always knew the right time to begin everything; if he knew who were the right people to listen to, and whom to avoid; and, above all, if he always knew what was the most important thing to do, he would never fail in anything he might undertake.
And this thought having occurred to him, he had it proclaimed throughout his kingdom that he would give a great reward to any one who would teach him what was the right time for every action, and who were the most necessary people, and how he might know what was the most important thing to do.
And learned men came to the King, but they all answered his questions differently.

In reply to the first question, some said that to know the right time for every action, one must draw up in advance, a table of days, months and years, and must live strictly according to it. Only thus, said they, could everything be done at its proper time.

Others declared that it was impossible to decide beforehand the right time for every action; but that, not letting oneself be absorbed in idle pastimes, one should always attend to all that was going on, and then do what was most needful. Others, again, said that however attentive the King might be to what was going on, it was impossible for one man to decide correctly the right time for every action, but that he should have a Council of wise men, who would help him to fix the proper time for everything.

But then again others said there were some things which could not wait to be laid before a Council, but about which one had at once to decide whether to undertake them or not. But in order to decide that, one must know beforehand what was going to happen. It is only
magicians who know that; and, therefore, in order to know the right time for every action, one must consult magicians.
Equally various were the answers to the second question. Some said, the people the King most needed were his councillors; others, the priests; others, the doctors; while some said the warriors were the most necessary.
To the third question, as to what was the most important occupation: some replied that the most important thing in the world was science. Others said it was skill in warfare; and others, again, that it was religious worship.
All the answers being different, the King agreed with none of them, and gave the reward to none. But still wishing to find the right answers to his questions, he decided to consult a hermit, widely renowned for his wisdom.

The hermit lived in a wood which he never quitted, and he received none but common folk. So the King put on simple clothes, and before reaching the hermit's cell dismounted from his horse, and, leaving his body-guard behind, went on alone.
When the King approached, the hermit was digging the ground in front of his hut. Seeing the King, he greeted him and went on digging.
The hermit was frail and weak, and each time he stuck his spade into the ground and turned a little earth, he breathed heavily.
The King went up to him and said: "I have come to you, wise hermit, to ask you to answer three questions: How can I learn to do the right thing at the right time? Who are the people I most need, and to whom should I, therefore, pay more attention than to the rest?
And, what affairs are the most important, and need my first attention?"
The hermit listened to the King, but answered nothing. He just spat on his hand and recommenced digging.

"You are tired," said the King, "let me take the spade and work awhile for you."
"Thanks!" said the hermit, and, giving the spade to the King, he sat down on the ground.
When he had dug two beds, the King stopped and repeated his questions. The hermit again gave no answer, but rose, stretched out his hand for the spade, and said:

"Now rest awhile-and let me work a bit."
But the King did not give him the spade, and continued to dig. One hour passed, and another. The sun began to sink behind the trees, and the King at last stuck the spade into the ground, and said:
"I came to you, wise man, for an answer to my questions. If you can give me none, tell me so, and I will return home."


"Here comes some one running," said the hermit, "let us see who it is."


The King turned round, and saw a bearded man come running out of the wood. The man held his hands pressed against his stomach, and blood was flowing from under them. When he reached the King, he fell fainting on the ground moaning feebly. The King and the hermit unfastened the man's clothing. There was a large wound in his stomach. The King washed it as best he could, and bandaged it with his handkerchief and with a towel the hermit had. But the blood would not stop flowing, and the King again and again removed the bandage soaked with warm blood, and washed and rebandaged the wound.


When at last the blood ceased flowing, the man revived and asked for something to drink. The King brought fresh water and gave it to him. Meanwhile the sun had set, and it had become cool. So the King, with the hermit's help, carried the wounded man into the hut
and laid him on the bed. Lying on the bed the man closed his eyes and was quiet; but the King was so tired with his walk and with the work he had done, that he crouched down on the threshold, and also fell asleep--so soundly that he slept all through the short summer
night. When he awoke in the morning, it was long before he could remember where he was, or who was the strange bearded man lying on the bed and gazing intently at him with shining eyes.


"Forgive me!" said the bearded man in a weak voice, when he saw that the King was awake and was looking at him.

"I do not know you, and have nothing to forgive you for," said the King.
"You do not know me, but I know you. I am that enemy of yours who swore to revenge himself on you, because you executed his brother and seized his property. I knew you had gone alone to see the hermit, and I resolved to kill you on your way back. But the day passed and you did not return. So I came out from my ambush to find you, and I came upon your bodyguard, and they recognized me, and wounded me. I escaped from them, but should have bled to death had you not dressed my wound. I wished to kill you, and you have saved my life. Now, if I live, and if you wish it, I will serve you as your most faithful slave, and will bid my sons do the same. Forgive me!"


The King was very glad to have made peace with his enemy so easily, and to have gained him for a friend, and he not only forgave him, but said he would send his servants and his own physician to attend him, and promised to restore his property.
Having taken leave of the wounded man, the King went out into the porch and looked around for the hermit. Before going away he wished once more to beg an answer to the questions he had put. The hermit was outside, on his knees, sowing seeds in the beds that had been dug the day before.

The King approached him, and said:
"For the last time, I pray you to answer my questions, wise man."
"You have already been answered!" said the hermit, still crouching on his thin legs, and looking up at the King, who stood before him.
"How answered? What do you mean?" asked the King.
"Do you not see," replied the hermit. "If you had not pitied my weakness yesterday, and had not dug those beds for me, but had gone your way, that man would have attacked you, and you would have repented of not having stayed with me. So the most important time
was when you were digging the beds; and I was the most important man; and to do me good was your most important business. Afterwards when that man ran to us, the most important time was when you were attending to him, for if you had not bound up his wounds he would have died without having made peace with you. So he was the most important man, and what you did for him was your most important business. 

Remember then: there is only one time that is important: Now! It is the most important time because it is the only time when we have any power. 

The most necessary man is he with whom you are, for no man knows whether he will ever have dealings with any one else: and the most important affair is, to do him good, because for that purpose alone was man sent into this life!"

quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Meu poema para o final do ano / My chosen poem for the end of the year


http://olhares.sapo.pt/arvore-das-chupetas-foto5231544.html - Acesso em 24 dez. 20'6


Olá, queridos leitores!
Escolhi esta poesia para a seção Projeto Poesia às segundas-feiras, do blog da rede de bibliotecas de Guarulhos. Fiquei tão impressionada, este poema me tocou muito, na verdade ela me acompanhou neste ano de 2016. Por isso quero compartilhá-la com vocês, como mensagem de Ano Novo.

Hello dear readers!
I chose this poem for the Poetry on Mondays Project of the blog of the Guarulhos System of Public Libraries where I work. I have selected all the poems of the Project. I was so impressed, so touched by it, it followed me along 2016. So I wanted to share with you as my message of Happy New Year.
I warn you: my poetic translation is very poor, so, atent to the message, please.


****

A árvore das chupetas

The tree of pacifiers
Em algum lugar,
existe uma "árvore das chupetas"
onde as crianças penduram as chupetas
que não vão usar mais.


Os maiores dizem:
- Eu não uso mais chupeta,
olha a minha lá!


E os pequenos:
- Eu vou conseguir!


A árvore diz:
- Quando você puder,
quando você quiser,
quando você não precisar mais,
pode deixar aqui a sua chupeta.
Pode escolher o galho.
E quando você vencer o medo,
a vergonha e o ciúme,
pode vir pendurar também.

***
Somewhere
there is a "tree of pacifiers"
where children hang them
when they won't use them anymore.

The bigger children say:
-- I don't use it anymore,
see it there!

And the little ones:
-- I will get it!

The tree says:
-- When you could,
when you wanted it,
when you don't need it anymore,
you can bring your pacifier.
You can choose the branch.
And when you defeat the fear,
the shame and the jealousy,
you can hang them here too.

CAMARGO, Luís; ilustração do autor. A árvore das chupetas. IN: O cata-vento e o ventilador.  6a.ed., São Paulo, FTD, 1992. p.10


Feliz ano novo!!
Happy New Year!!

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Reflexão para o Ano Novo de 2015 / Reflection for the New Year of 2015

Olá, queridos leitores!
Quero deixar com vocês uma poesia que me encantou e que, penso, pode ser um mote para o próximo ano.
Um ótima passagem de ano para todos!

Hello, dear readers!
I want to give you a poetry piece that enchanted me and, I think, it can be a motto for this next year. My poor English translation from a Portuguese translation from the German original surely isn't that beautiful or pleasant but I think it will do.
I wish a great and wonderful Reveillon day for all of you.



BRECHT, Bertolt; SOUZA, Paulo César de (organizador e tradutor). Elogio do aprendizado. IN: Poemas: 1913-1956. 7a.ed. São Paulo, Editora 34, p.114

Aprenda o mais simples! Para aqueles

Cuja hora chegou
Nunca é tarde demais!
Aprenda o ABC, não basta, mas
Aprenda! Não desanime!
Comece! É preciso saber tudo!
Você tem que assumir o comando!

Learn the most simple thing! To that
whose time arrived
It is never too late!
Learn the ABC, it isn't enough, but
Learn! Don' give up!
Start now! You must to know all!
You must to lead yourself!

Aprenda, homem no asilo!

Aprenda, homem na prisão!
Aprenda, mulher na cozinha!
Aprenda, ancião!
Você tem que assumir o comando!

Learn, man in the asylum!
Learn, man in the prison!
Learn, woman in the kitchen!
Learn, old person!
You must to lead yourself!


Frequente a escola, você que não tem casa!

Adquira conhecimento, você que sente frio!
Você que tem fome, agarre o livro: é uma arma.
Você tem que assumir o comando.

Attend classes, you who are homeless!
Get knowledge, you who feels cold!
You who are hungry, take the book: it is a weapon.
You must to lead yourself!

Não se envergonhe de perguntar, camarada!

Não se deixe convencer
Veja com seus próprios olhos!
O que não sabe por conta própria
Não sabe.
Verifique a conta
É você quem vai pagar.
Ponha o dedo sobre cada item
Pergunte: O que é isso?
Você tem que assumir o comando.

Don't be ashamed for asking, pal!
Don't let be fooled
See with your own eyes!
What you don't know for yourself
You don't know.
Check the bill
You are who is going to pay
Check each item
Ask: What is this?
You must to lead yourself.

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Rodas de leitura de setembro de 2013 - O pão da amizade

Participantes da Roda de Leitura no Espaço 308, no dia 17 de setembro, das 19h às 21h
Olá, caros leitores!
Começamos o Ciclo Culinária do Projeto Rodas de Leitura 2013 com dois encontros para discussão da leitura do romance O pão da amizade, da autora norteamericana Darien Gee. Aqui no Brasil a casa que publica esta autora é a Lua de Papel, selo de entretenimento da Editora Leya.
O primeiro encontro foi no dia 14 de setembro, no Espaço 308. Quero publicamente  agradecer ao João Canobre, responsável pelo espaço, por seu engajamento em trazer para a reunião uma cesta de pãezinhos (não os da receita do livro) feitos por sua mãe. Apesar da participação resumir-se a ele e a mim, tivemos uma conversa bem proveitosa.

Já no dia 17 (3a.feira) no Espaço Novo Mundo, tivemos uma participação ligeiramente maior, conforme pode ser conferido na foto acima.

Preciso confessar que, devido às doenças que me pegaram no mês de agosto e começo de setembro, li o livro "aos trancos e barrancos": não dá para ler com dois olhos infectados pelo vírus da conjuntivite ou com o corpo todo dolorido por causa da pneumonia. Por conta disso, decidi acessar o website da autora para reforçar as minhas pesquisas, afinal, "todo texto tem um contexto" e eu, como facilitadora do encontro, preciso sempre ter umas informações a mais do que meramente só ler o romance. Ah, sim o o website é www.dariengee.com

Nessas horas é ótimo ler em inglês. Neste website há uma seção referente ao Friendship bread, com a sinopse, um trecho, um guia de leitura e várias receitas com as variações da receita básica, apresentada no livro. Gostei muito das perguntas do guia e resolvi traduzi-las e usá-las nas reuniões. Solicitei permissão por email da autora (que foi muito gentil e disponível) e da editora Lua de Papel (igualmente gentis) para publicá-las aqui. Então, lá vai:

Perguntas para discussão de O pão da Amizade

1. O pão da amizade amish é o fio condutor que permeia toda a história. Quais foram as suas experiências com o fermento inicial, o processo de fermentação de 10 dias e as receitas usadas para assar o pão?

2. É nítido que Julia está sofrendo depressão. O que a causou e a quem ela atribui a culpa? Como Mark, seu marido, contribui para que ela continue com seu padrão emocional destrutivo? Como isso o deixa vulnerável?

3.  Hannah é uma violoncelista que não é mais capaz de se apresentar por causa de problema em suas costas e agora ela vive em Avalon. Como ela se mudou para lá e por que ela se sente tão só e infeliz? Como ela encontra um propósito de vida nessa cidadezinha?

4. Livvy carrega consigo uma dor profunda e uma culpa que permeiam todos os aspectos de sua vida. O que aconteceu a ela que lhe causa tanta dor? Como a tragédia afetou seus relacionamentos, autoestima e decisões diárias?

5. Através do romance, encontramos muitos personagens que vivem em Avalon e que são únicos e muito interessantes. O que eles tem em comum e quais são os seus favoritos? Por quê?

6. Edie, uma repórter ambiciosa que segue seu namorado médico, Dr.Richard, para a cidadezinha de Avalon, está de olho num grande furo jornalístico que fará ser notada por jornais maiores. O que acontece com ela que pode mudar seus planos de carreira?

7. Madeline, que é a dona da casa de chá e se parece com uma fada madrinha, revela que também tem arrependimentos na vida. Quais são eles? Como ela está tentando se redimir e acertar as coisas? Essa confissão altera a sua percepção de Madeline? Explique.

8. Hannah, Julia e Mark viajam para Chicago ao mesmo tempo. Como essa viagem é um marco decisivo para cada um deles?

9. Edie escreve um artigo para o jornal local a respeito da origem do Pão da Amizade em Avalon. Quem aparece como sendo a pessoa iniciadora da corrente de pacotes de fermento? Como o artigo afeta essa pessoa e que tipo de reação em cadeia ele provoca? Edie conhece a história real acerca do Pão da Amizade?

10. Depois de muitos dias de chuvas torrenciais, o rio local ameaça inundar e, apesar de Avalon ser poupada, a cidade vizinha (Barrett) não foi tão afortunada, com muitas famílias desabrigadas. De quem foi a ideia de ajudar as famílias necessitadas de Barrett e qual foi esta ideia? Como esse gesto transformou-se numa bola de neve e serviu para unir os residentes de Avalon?

11. Muitos relacionamentos foram forjados, reforçados e restaurados ao longo da história. Qual foi o papel do Pão da Amizade nesses relacionamentos?

12. Como o prólogo e o epílogo do romance fecham o círculo da história?

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Para achar o texto fonte desta tradução livre, acesse:
http://www.dariengee.com/friendship-bread/

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  • Perguntei aos participantes da Roda de 3a.feira se eles acharam melhor a abordagem do Guia de Leitura ou a minha abordagem tradicional (perguntar qual a(s) passagem(ns) mais significativas, falar um pouco a respeito do(a) autor(a) e estruturar o restante da discussão com a abordagem jornalística (o que, quem, quando, onde, como e porque). Eles responderam que um misto dos dois seria o ideal
  • Concordamos que o romance faz a apologia da comunidade, onde os laços entre as protagonistas (Julia, Hannah e Madeline) curam as suas feridas, capacitam-nas a olhar em frente e podem ter resultados extraordinários, além do círculo de amigas e que envolve o restante da cidadezinha
  • Como as protagonistas tem histórias muito dramáticas, a autora usa um recurso para tornar a leitura mais leve: ela salpica, aqui e ali, capítulos avulsos a respeito de personagens que vivem na cidade, muitos deles enternecedores e ou engraçados
  • Quando perguntei a respeito de vilões, as sugestões dos participantes foram: Edie, Vivian e a própria Julia
  • Para uma das participantes, não foi tão óbvio saber quem foi o verdadeiro iniciador da corrente dos sacos de fermento. Foi necessário uma leitura mais atenta dos detalhes (porque a autora não afirma quem foi, mas deixa pistas para o leitor tirar sua conclusão).
De modo geral, a leitura do romance foi bem satisfatória porque percebemos que a escritora é muito competente no seu ofício. Avisei aos participantes que ela já está no seu segundo romance e que aguardamos que a Lua de Papel o publique logo.

Até a próxima!!