Olá, decidi postar esta história porque é uma das minhas preferidas desta antologia (veja a referência no final).
Sempre que posso, faço o reconto oral.
Uma excelente leitura!
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- Muito bem, um ramo de palha é algo sem valor, mas parece que eu estava destinado a apanhar este, de modo que vou levá-lo comigo. - disse ele.
Enquanto Shobei seguia seu caminho, levando o ramo de palha que apanhou em sua mão, uma libélula veio até ele voando. Ela fazia círculos ao redor de sua cabeça.
- Que peste! - reclamou – Vou ensinar a esta libélula a não me incomodar! Foi quando Shobei agarrou a libélula. Não demorou muito para encontrar uma mulher, caminhando com seu filho. Quando o garotinho viu a libélula, quis tê-la.
- Mãe, eu quero aquela libélula. Por favor, por favor, por favor! - pediu ele.
- Aqui está, garotinho, você pode ficar com a libélula! - disse Shobei, estendendo-a ao garoto. Em retribuição, a mãe do garotinho deu três laranjas a Shobei. Ele agradeceu e prosseguiu a jornada.
Logo depois, Shobei encontrou um vendedor ambulante descansando na estrada. O vendedor tinha tanta sede que estava prestes a desmaiar. Não havia poços de água nos arredores. Shobei sentiu muita pena do ambulante e deu-lhe as três laranjas para que ele pudesse beber seu suco.
O vendedor ficou muitíssimo grato, e em troca deu a Shobei três peças de tecido que levava para o mercado. Ele agradeceu e seguiu seu caminho.
Enquanto caminhava, Shobei encontrou uma bela carruagem com muitos serviçais. A carruagem pertencia à princesa, que se dirigia a cidade. A princesa olhou de repente para fora da carruagem e viu as belas peças de roupa que Shobei carregava. Ela disse:
- Oh, que peças de tecido lindíssimas você traz consigo! Por favor, deixe-me ficar com elas.
Shobei deu à princesa as três peças de tecido e, em agradecimento, ela lhe deu um grande saco de moedas.
Shobei pegou as moedas, e com elas comprou muitos campos para cultivo. Depois dividiu os campos entre as pessoas de seu vilarejo. Assim, todos puderam ter seu próprio pedaço de chão, e trabalharam com afinco.
O vilarejo tornou-se próspero, e muitas casas novas foram construídas. Todos ficavam espantados ao se lembrar que essa prosperidade teve início com um ramo de palha que Shobei apanhara.
Shobei virou o homem mais importante do vilarejo, e todos o respeitavam imensamente. Enquanto viveu, todos se dirigiam a ele como Senhor Palha da Sorte.
SAKADE, Florence (org.); KUROSAKI, Yoshisuke (ilust.) As histórias preferidas das crianças japonesas, v.1. São Paulo, JBC, 2005. p.69-72
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