Registro aqui a realização das rodas de leitura de julho de 2014, baseadas na leitura do Diário de Anne Frank. Infelizmente, esqueci-me de tirar fotos do encontro no Espaço Novo Mundo, então temos apenas a foto do encontro no Espaço 308.
Para começar a discussão, foi bacana perceber que os leitores variaram na escolha da versão do diário.
Isso revelou-se bastante frutífero porque pudemos conversar a respeito das diferenças apresentadas nas edições acima. Por exemplo, a versão a esquerda pertence ao Círculo do Livro e é de 1973. A edição do meio é a versão definitiva e a edição da esquerda é a versão de bolso da edição definitiva.
Eu li a versão de 1973 e a versão de bolso e percebi a diferença entre elas.
- Discutimos a diferença entre as versões (incluindo as opções dos tradutores, as diferenças na grafia de alguns nomes) e isso porque nem começamos a falar a respeito das edições realizadas pela própria Anne enquanto ela estava viva e depois, as edições realizadas por seu pai
- Como as pessoas leram diferentes edições e seria melindroso citar as páginas, optei por citar as entradas (ou 'logs') por data. Afinal, é um diário, não é mesmo?
- Concordamos que as primeiras entradas eram absolutamente coerentes com a vida uma adolescente de classe média alta, ainda que, sutilmente, já podemos perceber a intromissão do nazismo em sua vida: o fato de Anne ter sido transferido para o Liceu israelita aos 13 anos de idade (frequentara a vida toda uma escola montessoriana), só frequentar sorveterias de judeus e não poder pegar transporte público. Como estamos vendo esses sinais do ponto de vista de uma adolescente, a princípio não é tão horrível
- Um dos grandes méritos do diário, a medida em que avançamos em sua leitura, é a mistura do registro de subjetividade, suas impressões em relação a vida em família e vizinhança no Anexo secreto e os acontecimentos da 2a.guerra: especialmente as vitórias militares da Inglaterra, a medida em que eles esperavam o fim da guerra
- Pelas observações ao longo do diário, é possivel para nós leitores vislumbrarmos a degradação econômica e social que a Holanda passou durante a guerra, pela maneira como isso afetou as condições de vida de Anne, seus familiares e amigos
- Sempre pergunto aos participantes das rodas qual o trecho que mais chamou a atenção, do que eles mais gostaram e desta vez, um trecho muito citado foi em que Anne reflete a respeito de um diálogo que ela tem com a mãe, no qual esta a aconselha a confortar-se lembrando-se da desgraça de tantos que estavam 'lá fora' e ela considera que prefere alegrar-se pensando na natureza. Uma questão de 'copo meio vazio e copo meio cheio'?
É isso, caros leitores!
Em agosto nos encontraremos para discutir a leitura de Chuva negra, de Masuji Ibuse.
Até lá!
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